Revista Udifar 04
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Transcript of Revista Udifar 04
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Udifar é Inovação
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Cerebrum® + Ginkgo BilobaMelhora as faculdades cerebrais eauditivas
AprovadocomoSuplementoAlimentarpelaAgênciadeQualidadeAlimentar.
O nosso cérebro está na origem de quantos movimentos voluntários as nossasactividades diárias requerem. Um intenso esforço que vezes sem conta resulta numdesgaste natural que é urgente combater. Porque genial é todo o cérebro quepreserva a sua boa forma com Cerebrum®. O suplemento alimentar de origemnatural que optimiza a produção de energia nas células do tecido cerebral, contrariandoassim a sua fadiga, seja em que idade for.Ou não fosse Cerebrum® a prova de que de génio todos temos um pouco.
COMBATER A FADIGA DO CÉREBRO COM CEREBRUM®
É DE GÉNIO.
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editorial
V ivemos um tempo de particular aflição inconsciente em que, como sempre, há quem aproveite para capitalizar com
o medo que outros sentem. Já pouco tem relação com a Gripe A, é algo bem mais abrangente e atemorizador.... Pa-
rece que muitos de nós já deixaram de ser capazes de dar valor ao presente e do futuro apenas esperam o pior.
Um filósofo costumava dizer que é a Doença que torna a Saúde agradável, salientando-se assim o valor do que é positi-
vo por natureza mas melhor compreendido através do contraste... Mas, o que não terá pensado Nietzsche é que muitos
homens e mulheres se deixam, permitam-me o sublinhado: voluntariamente, esmagar pela expectativa de um amanhã
desagradável. De forma simples: por que amanhã posso estar pior, começo já hoje a sofrer...
Sabemos que uma pandemia é algo suficientemente grave, capaz de transformar durante algum tempo uma parte subs-
tancial das nossas rotinas, mas daí até “pandemenizar” todos os males do mundo, a toda a população, vai um salto dema-
siado grande.
Alguém que olhe para o futuro com esperança de que vêm aí dias melhores, onde para além de mantermos as coisas boas
de hoje, teremos ainda mais motivos para ser felizes... alguém assim é olhado por grande parte de nós como uma vítima da
insanidade.
Dos anais da Psicanálise advém o ensinamento de que uma pessoa se pode conhecer pelos medos que orientam a sua
vida. O Medo. O móbil da maioria das nossas acções... mas será que tem mesmo de ser assim. Ser capaz de viver usufruindo
das cores de cada dia é possível e desejável... afinal, viver com medo não é viver. E, certamente, que não há psicanalista que
conteste que quem não tem medo da vida a viverá muito mais eficaz e felizmente.
A crise que, ao contrário das gripes, retirou emprego a muitas famílias, há-de acabar... o horizonte que hoje nos parece negro
há-de mostrar a luz e a cor que agora parecem ter-se esfumado... vivemos tempos de tempestade, mas todos sabemos que
chegará o tempo da bonança...
Mas há sempre que se fixe na tempestade e, quando esta acabar, começa a pressentir e viver a que depois virá... e há outros,
que em vêem qualquer tempestade como um intervalo entre bonanças que valem a pena ser vividas.
Este cada vez maior grupo de pessoas, que a sabedoria popular designa como “as que morrem de véspera”, não pode vencer
àqueles que como nós não têm medo de ser felizes.
Do medo do amanhã à infelicidade já
edito
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Novas Plataformas de Armazena-
gem e Expedição, ganham impor-
tância no controlo de operações,
criando melhores condições para
os Parceiros de Negócio.
de 2600para 5200
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Foi no passado dia 26 de Outubro
que se reuniu mais uma vez o Gru-
po de Reflexão da Udifar no Hotel
Westin em Torres Vedras.
reunião de grupo
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O Professor Doutor João Vascon-
celos Costa concedeu-nos a honra
de publicar alguns textos do seu
site, onde mantém desde o início
da questão um Diário da gripe.
diário da gripe
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ficha técnicawww.udifar.ptEditorJosé Martins - [email protected]
Coordenação Frederico Fialho - [email protected]
Concepção e PaginaçãoLuís Barros - [email protected]
FotografiaBenjamim Silva - [email protected]
ImpressãoRigor das Cores - [email protected]
Tiragem3.500 exemplares
Distribuição Gratuita para Farmácias, instituições e empresas do sector
Propriedade e AdministraçãoUDIFARAv. Marechal Gomes da Costa, 19 – 1800-255 Lisboa
03 editorial
06 press notícias
09 stocks online
10 dilofar
12 uma farmácia
15 vendas online
16 nutrição desportiva
19 dilofar maia
20 reunião de grupo
24 viagem
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32 gadgets
33 call-center
34 marco ideias
36 em primeira mão
38 atrás do balcão
conteúdos
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press notícias
Investigadores norte-americanos e tailandeses desenvolveram uma vacina capaz de reduzir em 31,2% o risco
de contaminação pelo vírus da SIDA, naquela que será a primeira vez que a doença é travada com este tipo de
fármaco. O ensaio do novo fármaco, apresentado num comunicado dos investigadores em Banguecoque, deverá
ser o mais importante jamais efectuado para o desenvolvimento de uma vacina contra a sida, podendo ser eficaz
na prevenção da doença. O estudo foi liderado pelo Ministério da Saúde tailandês e o Exército norte-americano, e
permite reduzir o risco de infecção em um terço dos casos, ou seja 31,2%, de acordo com o comunicado divulgado
em conferência de Imprensa.
Nova vacina reduz risco de contrair VIH
Mesmo quem nunca precisou de fazer tratamen-
tos para a acne reconhece o nome Roaccutan –
um medicamento pioneiro, que surgiu em 1987
pelas mãos da farmacêutica Roche, mas que
desde cedo ficou conotado com depressões e
ideias suicidas. Apesar do laboratório o ter reti-
rado de Portugal há dois anos – e de ter seguido
recentemente os mesmos passos nos Estados
Unidos, depois de ter pago avultadas indemniza-
ções em tribunal – a substância, a isotretinoína,
está presente em muitos outros medicamentos.
Mas os dermatologistas ouvidos garantem que
para casos mais graves é a única solução.
Isotretinoína ainda continua a ser solução São medicamentos que podem custar dois
mil euros mensais a um só utente e que se
destinam a doentes com cancro do pulmão
já com metástases, mas “imagine que a do-
ente era a sua mãe e que, em vez de durar
mais oito meses, podia viver mais 16 me-
ses”, diz António Araújo. O responsável da
clínica de patologia do pulmão do Instituto
Português de Oncologia (IPO) do Porto cri-
tica a crescente “obstrução à aprovação de
medicamentos inovadores na área do cancro
pelo Infarmed por motivos financeiros”. O
organismo responde que “nenhum doente
deixa de ter acesso a um medicamento con-
siderado essencial”.
Responsávelcritica “obstrução à aprovaçãode medicamentos inovadores”em cancro
A PharmaPortugal, que agrupa 15 empresas farmacêu-
ticas portuguesas, iniciou a 21 de Setembro uma missão
empresarial à Rússia. O objectivo foi encontrar parceiros,
nas áreas de distribuição e produção, que lhes permitam
entrar num mercado que vale 8 mil milhões de euros. “A
Rússia pode ser, a médio prazo, um dos nossos principais
mercados de exportação, porque tem dimensão, está
a crescer e tem pouca produção própria”, refere Carlos
Araújo, representante da PharmaPortugal.
Farmacêuticas portuguesas “atacam” Rússia
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press notícias
Udifar IIAo longo da história da nossa Organização a
preocupação com a Qualidade dos nossos
serviços esteve sempre presente. A melhor
prova desta afirmação foram as certificações conse-
guidas pelas cooperativas fundadoras da nossa Or-
ganização na norma ISO NP EN 9001:2000, conso-
lidando uma reputação e credibilidade sólida com os
nossos clientes, através do envolvimento de todos e
da melhoria contínua dos processos.
A reorganização da nossa estrutura motivou a conti-
nuidade da nossa certificação. Em Fevereiro de 2009,
a Udifar II obteve a certificação do seu Sistema de
Gestão da Qualidade, segundo a mesma norma. A au-
ditoria foi realizada pelo Organismo Certificador SGS
– Société Générale de Surveillance S.A., empresa reco-
nhecida mundialmente.
É com toda a satisfação que comunicamos a obtenção
da nossa certificação, pois trata-se de um reconheci-
mento importante, resultado de um trabalho que uniu
todos os Clientes, Colaboradores e Fornecedores.
Vamos continuar a estabelecer desafios em áreas que
sabemos que temos de melhorar. Através desta certi-
ficação, a Udifar II vem, consolidar a sua aposta numa
cultura de excelência e num crescimento sustentado
na Qualidade.
Ana Folgosa - Responsável da Qualidade
Conquista (re) Certificação ISO 9001:2000
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Bastaram quatro dias para que a Comissão Europeia
desse luz verde à comercialização de duas vacinas
contra a gripe A, seguindo as recomendações dos pe-
ritos da agência europeia do medicamento. Uma das
vacinas ontem aprovadas é justamente aquela que
Portugal encomendou, num total de seis milhões de
doses, com o objectivo de proteger 30 por cento da
população. Q
Comissão Europeia aprovou vacina contra a gripe A em 4 dias
Portugal foi dos primeiros países do mundo a reco-nhecer a importância da Farmacoeconomia, quan-do em 1999 se criou legislação que tornou obri-gatórios os estudos sobre a avaliação económica para alguns medicamentos novos em ambulatório. Dez anos depois, surge o primeiro livro, em língua portuguesa, sobre a temática da farmacoeconomia, que mais não é do que a subdisciplina da economia da saúde dedicada à avaliação das tecnologias, em
particular do medicamento. Um grupo de especia-listas portugueses, liderado por João Pereira, da Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa, pôs mãos à obra a este projecto na sequência de um curso realizado na ENSP. “Far-macoeconomia: Princípios e Métodos” pretende ser uma compilação de artigos sobre os principais fun-damentos e métodos de avaliação económica do medicamento. Q
Lançadoo primeiro livro para avaliar o medicamento
Em Portugal, tal como em toda a União Europeia, ape-
nas serão administradas doses injectáveis da recém-
criada vacina para a nova estirpe do vírus H1N1. Nos
Estados Unidos, pelo contrário, uma parte das doses vai
ser disponibilizada num formato menos habitual: spray
nasal. Ambas as opções são seguras e eficazes, mas as
autoridades do medicamento nos dois continentes têm
linhas e exigências diferentes.. Q
EUA vai usar vacina em spray contra a gripe A mas Portugal prefere doses injectáveis
Mais de 400 farmácias mudaram de proprietário desde
que, há dois anos, a legislação veio permitir que estes
estabelecimentos sejam propriedade de não farma-
cêuticos. De acordo com o Infarmed, em 2008 regis-
taram-se 208 alterações de propriedade. Em 2009, a
mudança de propriedade registou-se em 230 farmá-
cias. Actualmente, existem 2674 farmácias de oficina
em Portugal. Q
Aproximadamente em dois anos 438 farmácias mudaram de dono
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Mais valor para a Farmácia
Está à distancia de um só clique. 400 Farmá-cias já instalaram. Quase 100 utilizam já com muita regularidade (pelo menos 1 encomen-
da/dia). É uma funcionalidade que é instalada em qualquer computador da Farmácia e que, tendo sido desenvolvida com os princípios mais fundamentais de simplicidade, dá acesso a toda a informação ne-cessária à encomenda.Não tem custos. Vivemos tempos em que os aspec-tos económicos ganham cada vez mais relevância, e,
na verdade, esta nova potencialidade está comple-tamente isenta de custos.Sem tempos de espera. Se se pode obter sem espe-ra, porquê preferi-la? Com os Stocks Online da Udifar não há 1 segundo dedicado a respeitar qualquer fila. É, por definição, imediato.Mais informação. Ao confiar-nos a sua encomenda pode depois acompanhá-la em tempo real, no portal Udifar, até a ter na suas mãos.A partir de qualquer posto da Farmácia. Desde que
esteja ligado à internet, qualquer computador serve para usufruir do Stocks Online. Mais autonomia, maior produtividade. Hoje, mais do que nunca, se quantificam ganhos e margens de progressão no negócio. Ter mais tempo para dedicar aos utentes é salvaguardar a nossa maior mais-valia e a nossa principal razão de existir: servir o utente.5140 encomendas aviadas. 17 não aviadas Taxa de sucesso: 99,7%Mais valor para a Farmácia. Q
A Udifar lançou recentemente uma nova funcionalidade, que apresenta algumas inovações em relação às já existentes no mercado. Falamos dos Stocks Online. Permite-se assim de forma muito cómoda e fácil saber se determinado produto existe nos armazéns Udifar2.
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A capacidade de Armazenagem da Dilofar em Alverca passou de 2600 para 5200 paletes.
de 2600 para 5200Acima de tudo este alargamento permitiu à Di-
lofar concentrar a sua actividade em apenas
duas Plataformas (Alverca e Castanheira). Esta
última tem características muito específicas pois está,
neste momento, a fazer a sua Logística nas instalações
de um dos nossos principais Parceiros de Negócio (La-
boratórios ATRAL), aproveitando a sinergia do produto
sair da produção directamente para o Armazém. Quanto
à Plataforma de Alverca o alargamento possibilitou o
encerramento (a concluir em Novembro) da mais antiga
das Plataformas, a de Lisboa, garantindo deste modo
uma concentração das operações e dos colaboradores
Dilofar, numa grande Plataforma de Armazenagem e
Expedição. Esta concentração em Alverca possibilita
uma redução importante nos custos de expedição, uma
melhoria significativa do controlo da operação e acima
de tudo a criação de melhores condições para os Par-
dilofar
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ceiros de Negócio, resultantes dos investimentos efec-
tuados.
Trata-se de um investimento equacionado desde 2007,
aquando da definição das linhas estratégicas Dilofar
para o período até 2012 e que, nessa altura, havia sido
previsto para 2010/2011. Felizmente, pela procura que
os serviços de Operação Logística têm vindo a ter por
parte da Indústria Farmacêutica – como consequência
do trabalho realizado por toda a equipa da Dilofar – hou-
ve necessidade de antecipar em 2 anos este investi-
mento, o que naturalmente muito nos orgulha a todos.
A leitura que a Dilofar tem feito dos acontecimentos, e
a forma como perspectiva ser o futuro a curto/médio
prazo da distribuição farmacêutica em Portugal, têm le-
vado a Dilofar a posicionar-se em antecipação a todos
estes “ventos de mudança”. Afinal, o estabelecimento
de novas Parcerias com Laboratórios relevantes do sec-
tor Farmacêutico em Portugal implicou uma aceleração
neste investimento.
O Futuro aconselha que as companhias estejam es-
pecialmente atentas e preparadas para mudanças em
períodos de tempo exigentes de tão curtos. A actual
conjuntura económica mundial conjugada, no sector
farmacêutico, com uma lógica de concentração de La-
boratórios e de Empresas de Distribuição, vai implicar
mudanças significativas neste sector a curto / médio
prazo. A Dilofar está preparada, procurando apostar em
si mesma. Q
uma farmácia
A Farmácia Alfeizerão está no centro da terra com o mesmo nome e tem mais espaço e mais tempo do que a esmagadora maioria das “Farmácias de cidade”.
Farmácia Alfeizerão Apoucos quilómetros de Alcobaça, é servida pela
plataforma de Leiria da Udifar. Tem 3 Farmácias
nas redondezas... e para se chegar à Alfeizerão
tem de obrigatoriamente que se passar por uma qual-
quer das outras!
O edifício é amplo e os seus 4 pisos estão todos ao
serviço da Farmácia. Espaço bem orientado, bem gerido
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uma farmácia
e bem utilizado. Há uma sala de reuniões, que também
serve para Formação, que nos diz muito da equipa que
aqui trabalha. Dos armários para o arquivo burocrático
se fez um pequeno museu com embalagens e instru-
mentos de tempos mais recuados que aqueles de que
se tem de conservar papeis.
A Dra, Madalena Brilhante e o seu filho Filipe estão à
frente de uma equipa que querem activa e capaz de
prestar um verdadeiro serviço à comunidade onde a
Farmácia se insere. O espaço é acolhedor e profissio-
nal, nota-se que não há pressa a não ser que a dese-
jem. “Gosto de ser farmacêutica” uma frase comum
mas, poucas vezes, sustentada por uma expressão de
sinceridade tão autêntica. “Na nossa Farmácia cultiva-
mos a proximidade e a confiança dos nossos utentes,
procurando estar à altura dos desafios que cada novo
dia nos coloca.”
Sem qualquer Farmácia na família, assim que acabou
o seu curso há já 31 anos, a Dra. Madalena assumiu a
Direcção Técnica desta, então pequena, Farmácia, para
vários anos mais tarde conseguir compra-la, expandi-la,
e criar assim um património que vai muito para alem das
paredes e do “negócio”. Há, efectivamente, um capital de
confiança que se cultiva diariamente e também diaria-
mente dá os seus frutos... e que é incontabilizável.
Perguntámos por histórias curiosas e logo surgiram 3 de
entre as centenas que certamente existem... a de uma
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uma farmácia
senhora que injectou ampolas bebíveis; outra de um
menino que chegou e pediu de forma muito clara: “3 es-
cudos de álcool neste frasquinho para a minha avó que
partiu uma perna!”; e, por fim, a daquela senhora mais
idosa que estranhou que a Farmácia estivesse a vender,
naquela máquina do lado de fora, Pudins Mandarim...
“Só parados é que estamos expostos às ameaças!”
A resposta mais forte obtivemo-la à questão que busca-
va saber o que se temia do futuro... “Perder a dinâmica!”
tudo o mais é ultrapassável se não perdermos a força in-
terior que nos anima, e pode até tudo nos estar a ajudar,
que se não tivermos dinâmica, não saímos do lugar.
Para além da Dra. Madalena e do Dr. Filipe há 4 ajudan-
tes técnicos, 1 responsável pela área da dermocosmé-
tica (com um gabinete próprio à disposição) e ainda 2
administrativos que gerem a recepção de produtos e a
gestão de todos “papeis”.
Da Udifar têm ideia que poderia estar mais perto, para
que fosse ainda mais eficaz, e que se as condições fos-
sem ainda mais competitivas apostariam ainda mais
neste fornecedor que também marca pela diferença.
Uma Farmácia tão grande quanto humilde. Fomos re-
cebidos sem vaidade, sentimo-nos bem-vindos, nunca
um empecilho, com uma simpatia invulgar capaz de ca-
tivar o mais introspectivo dos utentes... aliás, eram os
próprios utentes que saudavam a ideia de estarmos a
fotografar a “sua” Farmácia. Q
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vendas online
Como vê o futuro da Farmácia em Portugal?As políticas de saúde actuais e futuras no sector do medicamento deverão
condicionar o desenvolvimento económico das farmácias nos próximos anos.
No entanto, as farmácias têm sabido responder ás ameaças e constrangimen-
tos com uma postura activa e dinâmica. Irão certamente procurar novos mo-
delos de organização, a associação em grupos de forma a partilhar recursos e
potenciar resultados, o investimento na inovação e a procura de novos servi-
ços e áreas de negócio, de forma a valorizar cada vez mais o papel da farmácia
e do farmacêutico.
Porque aderiu ao portal anossafarmacia? Porque acredito que o canal on line já tem e vai ter bastante importância no futuro.
Este é um canal que noutras áreas de negócio cresceu bastante nos últimos anos,
pondo em causa grandes empresas e diferentes estruturas de organização do mer-
cado, veja-se o exemplo da indústria discográfica ou da aviação/viagens.
O sector da farmácia é muito técnico e tem inúmeras especificidades, no entanto,
não devemos achar que somos imunes ás alterações sociais e aos hábitos de consu-
mo. A utilização crescente das novas tecnologias e o aumento da % de utilizadores
da internet vai trazer novos consumidores com hábitos e formas de consumo dife-
rentes dos actuais.
A Internet é um meio onde o poder está claramente do lado do consumidor, pode
comprar o que quer, quando quer, comparar preços de forma fácil, procurar a in-
formação de forma rápida e partilhar as suas experiências influenciando outros
potenciais consumidores.
Qual a sua expectativa de vendas? Como todos os projectos inovadores este tem a responsabilidade de ocupar um
novo espaço e dar resposta ás necessidades de clientes que são diferentes dos
clientes actuais das farmácias. Penso que o mais importante nesta fase não é a
rentabilidade do canal internet, mas sim a visibilidade e a capacidade de liderar o
mercado do medicamento e para-farmácia “on line”.
Quais lhe parecem ser os pontos mais fortes desta proposta udifar? - A proposta udifar com este nível de desenvolvimento é única no mercado
- Assente numa organização especialista em logística farmacêutica
- Um portal bem estruturado e desenvolvido
- Uma marca “a nossa farmácia” bem desenhada e conseguida
- Um site bem organizado e eficiente
- A capacidade da farmácia controlar e verificar e validar todo o processo de compra.
- A possibilidade da farmácia manter o mesmo nível de intervenção farmacêutica
e responsabilidade na dispensa de medicamentos não sujeitos a receita médica
através do controlo e comunicação efectuada com o internauta, verificando pos-
síveis contra-indicações, interacções ou alertas na utilização dos medicamentos.
- Custo de implementação e desenvolvimento da aplicação partilhada com o
conjunto de farmácias aderentes e custos de manutenção competitivos.
anossafarmacia.pt pelo Dr. Diogo Gouveia
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Nutrição Desportiva
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Considerámos importante despertar as consciên-
cias das Farmácias para um mercado emergente
que tem passado completamente quase desper-
cebido e que poderá traduzir-se numa oportunidade de
potenciação das vendas, especialmente na fase actual
em que mais do que nunca é importante descobrir novos
mecanismos e mercados para manter e dinamizar o res-
peito e a performance conseguida pelas Farmácias e pela
sua excelente organização. Este novo mercado envolve
a comercialização de suplementos desportivos. É um
mercado que apresenta um crescimento exponencial em
Portugal e, embora ainda de difícil quantificação, é certo
de que valerá vários milhões de euros.
Porquê a Farmácia?• Uma questão de saúde pública;
• Novas fontes de receita que são valiosas;
• Novos utentes atraídos à Farmácia.
Segundo os estudos de mercado realizados existem duas
carências fundamentais no seio da grande comunidade
dedicada ao Desporto: a Informação e o Aconselhamento.
Naturalmente que estes défices constituem argumentos
mais fortes para que a Farmácia, de forma particular e
personalizada, chame a si esta responsabilidade.
Um mercado em crescimentoOs consumidores potenciais de produtos de nutrição são
inúmeros. O mercado mundial está estimado em 6 mil
milhões de euros e cresce à taxa de 5% ao ano. Os EUA
representam 65% do mercado mundial (4 mil milhões de
euros) e a Europa cerca de 30% (1,7 mil milhões de eu-
ros). Para Portugal não existem números disponíveis mas,
trata-se de um mercado que cresce a um ritmo muito ace-
lerado. Em Portugal, existem todas as semanas dezenas
de eventos desportivos de diversas modalidades, a nível
federativo, amador ou popular. Estes eventos envolvem
dezenas de milhares de participantes ao longo de todo
o país. As modalidades que mais crescem são o BTT e a
Orientação e Corrida, com taxas de crescimento anuais a
rondar os 70%.
Nutrição DesportivaUma nova oportunidade de negócio
Nutrição Desportiva
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Supervisão do mercadoÉ cada vez mais efectiva a fiscalização das autoridades
competentes no sentido de corrigir as distorções que
se verificam neste mercado, impedindo que este tipo
de produtos sejam comercializados em locais não au-
torizados (tal como a legislação determina) e onde, o
aconselhamento e a segurança dos produtos não são
garantidos por técnicos especializados.
A Farmácia será o ponto de venda adequado para estes
produtos pelas seguintes razões:
1 – A Farmácia é a instituição em que os portugueses mais
confiam e a quem reconhecem a maior credibilidade;
2 – Há produtos de nutrição desportiva de alta quali-
dade, seguros e que respeitam todas as certificações
exigidas;
3 – A Farmácia é o local mais adequado para fazer o
aconselhamento e o acompanhamento ao utente.
Existe um mercado em grande crescimento em Portu-
gal que tem passado despercebido à farmácia, daí que
este mercado deva ser focalizado nesta.
O que consomem os desportistas?Dentro dos vários tipos de suplementos desportivos
existentes, os desportistas têm um consumo mais fo-
calizado na construção muscular (ou seja, todos os
produtos que são fonte de proteínas), no “endurance”
(produtos para antes, durante e depois do esforço) e na
reconstrução muscular (BCAA). Um adepto da muscu-
lação consumirá proteínas, aquele que habitualmente
percorre os trilhos e faz corridas de “endurance” terá
necessidade de hidratação e de ganhos energéticos e,
eventualmente, produtos para a reconstituição muscu-
lar (BCAA).
Na vertente feminina, hoje mais do que nunca, existe
o culto pelo corpo, a preocupação de manter um ritmo
de vida saudável e uma silhueta esbelta. A gama de
produtos do tipo “Emagrecimento Activo”, proporciona
a todas as mulheres com esta dinâmica e/ou empenha-
das em qualquer modalidade desportiva profissional ou
amadora, resultados visíveis na sua satisfação e na sua
silhueta.
O Desporto na Farmácia: ganhar músculoA comercialização dos suplementos constitui a opor-
tunidade para a valorização do aconselhamento, para a
dinamização da oferta e para a captação e a fidelização
de um novo tipo de utente à Farmácia.
Nutrição Desportiva
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Parceria com UDIFARTendo em consideração o posicionamento da EAFIT no canal
Farmácia, a a Udifar implementará uma parceria com a Biozo-
ne Pharma, um acordo de distribuição exclusiva.
Levantámos algumas questões a Dr. Carlos Coutinho, respon-
sável da marca.
Apresente-nos os suplementos desportivos EAFIT...A Biozone Phama representante em Portugal dos Laboratoi-
res Eapharma/Equilibre Attitude, propõe-se criar esta nova
área de negócio – a da Nutrição Desportiva, em exclusivo, para
a Farmácia, através da venda dos produtos da marca EAFIT.
A EA PHARMA é o maior laboratório francês ligado à I&D e
à fabricação de suplementos desportivos, na qual são utili-
zados os métodos mais avançados de produção. É líder de
mercado em França, onde também lidera o posicionamento
no canal farmácia. A certificação, a alta qualidade, a seguran-
ça e a produção em conformidade com o Código Mundial Anti
Doping, conferem aos produtos EAFIT uma posição de topo
no mercado da nutrição desportiva, em França e na Europa.
A EA PHARMA é a única entidade responsável pela investiga-
ção, desenvolvimento, produção e comercialização de toda a
gama EAFIT, sem quaisquer intermediários.
Trata-se de uma única gama?Não. A gama de produtos é extensa e divide-se em 3 linhas:
Construção Muscular, Endurance e Emagrecimento Activo.
Porquê a comercialização de suplementos desporti-vos no canal Farmácia em Portugal?Para a Biozone posicionar os produtos no mercado da Far-
mácia faz todo o sentido, pois tratam-se de produtos de alta
qualidade, certificados e altamente seguros, num mercado
verdadeiramente indiferenciado e de qualidade duvidosa.
Queremos diferenciarmo-nos pela estratégia de mercado e
pelo posicionamento do produto. A EAFIT é a única marca em
Portugal que garante os resultados dos seus produtos e que
publicamente os publicita como estando em conformidade
com o Código Mundial Anti-Doping. Além disso, a associamos
a oferta dos produtos a um aconselhamento técnico qualifi-
cado e à formação nos pontos de venda.
Há uma sazonalidade, não há?A verdade é que os suplementos alimentares para o des-
portista se vendem ao longo de todo o ano, mas, é claro, na
Primavera, no período de retoma de numerosas actividades
desportivas ao ar livre, há um acréscimo significativo. Depois,
também, em Setembro e em Janeiro onde, tradicionalmente,
se realizam a maioria das inscrições nos clubes desportivos e,
nos agora cada vez mais populares, centros de Fitness. Mas,
de facto, há depois uma fidelização que se consegue efecti-
var e permite níveis de vendas muito atractivos.
Como se podem potenciar as vendas destes produtos?Para facilitar o aconselhamento e obter a máxima visibilidade,
é vivamente recomendado dedicar um linear bem específico
à suplementação do desportista. Se houver falta de espaço
para um linear, um expositor mono ou multi-temático é uma
boa alternativa. Propomos, por exemplo, expositores com fo-
tos de desportistas que nadam, fazem corrida a pé ou de bici-
cleta. Isto permitirá aos utentes identificar imediatamente o
desporto que praticam.
A EAFIT patrocina grandes campeões dos quais podemos
destacar entre muitos: Julien Absalon – BTT Cross-country,
Fabien Barel – BTT Downhill, Alan Bérnard – Natação, Roman
Mesnil – Salto com Vara, Olivier Marceau e Frédéric Belaubre
– Triatlo, , Laurent Thirionet – Perseguição e Contra-relógio),
Tiphaine Chosson – Fitness, Jean Mormeck – Boxe, Stade De
France – Rugby, etc.
Mas para uma fidelização mais forte dos utentes, é necessá-
rio utilizar a montra como um trunfo do negócio. Na montra,
privilegia-se um bom visual e podem utilizar-se acessórios
para animar o conjunto: halteres pequenos, raquetes e bolas
de ténis, bicicletas, t’shirts, bidões de água e outro material
promocional disponibilizado pela marca. As possibilidades são
muitas. A construção de uma mensagem atractiva será tam-
bém essencial para uma boa comunicação.
Qual o aspecto mais importante?A chamada Suplementação do desportista deve apoiar-se,
em absoluto, no aconselhamento obtido na Farmácia. Esta
deve estar à altura de identificar o perfil, as necessidades e
os objectivos do utente, para o orientar para o produto que
melhor se adapta à sua necessidade. É necessário que o
farmacêutico e a sua equipa sejam capazes de responder às
questões mais simples e mais fundamentais. Este segmento
é um verdadeiro novo negócio para a Farmácia. Mas, é preciso
trabalhar a fundo.
Depois, a Biozone dispõe de uma linha de apoio permanente
ao cliente, a qual se encontra ligada directamente ao Depar-
tamento Técnico da EAFIT que, em tempo útil, responderá a
todas as questões técnicas que nos forem formuladas quer
pelas Farmácias, quer pelos seus utentes. Para o efeito, este
Serviço conta com a colaboração de dois dos maiores espe-
cialistas franceses e europeus em Medicina, Biologia, Dieta
e Nutrição Desportivas – Marc Saramito e Stephane Bermon.
Estes dois conceituados médicos são conferencistas habi-
tuais nas acções de formação que a Biozone Pharma/Eafit
desenvolve em Portugal.
Sem dúvida, um novo mercado, uma proposta com um par-
ceiro consistente! Q
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A Dilofar lançou uma plataforma de Cross-Docking na Maia
Os principais objectivos da abertura da nossa Plata-
forma da Maia, são as seguintes: O de aproximar
os serviços da DILOFAR dos seus Clientes; Garan-
tir à cidade do Porto e à periferia as melhores condições
nacionais de distribuição de produtos farmacêuticos (sem-
pre em temperatura controlada e com garantia de evidên-
cia das condições de transporte quando algum Parceiro ou
Cliente o solicite); e por fim, o de garantir entregas até às
12,30 horas do dia seguinte à expedição da mercadoria,
no Porto e respectiva periferia.
A Dilofar tem vindo, desde 2007, a trilhar um caminho pró-
prio de quem quer cimentar um lugar de topo no panorama
dos Operadores Logísticos Farmacêuticos a operar em Portu-
gal. A Dilofar trabalha exclusivamente na área Farmacêutica,
tendo já acumulado uma experiência de muitos anos neste
sector e, precisamente por isso, esta decisão nada teve que
ver com qualquer estratégia da Udifar2, derivando sim de
uma vontade e direito próprio de se estar no mercado de for-
ma livre e responsável.
Tal como no caso da expansão da Plataforma de Alverca,
este passo estava previsto no Plano Estratégico da em-
presa para o triénio 2008-2012. Trata-se de um investi-
mento que melhorará ainda mais a Qualidade do serviço
prestado numa área geográfica que significa cerca de
16% da distribuição nacional de produtos farmacêuticos
e que, por tal facto, faz todo o sentido que mereça a pre-
sença da Dilofar.
A distribuição a partir desta Plataforma arrancou no dia
1 de Outubro de 2009. Passado cerca de um mês, pode
dizer-se que tem sido um absoluto sucesso, não apenas
pela redução dos tempos de entrega, mas acima de tudo
pelas opiniões recolhidas junto dos nossos Clientes, que têm
elogiado acima de tudo a simpatia e o profissionalismo dos
nossos colaboradores, bem como as condições de transporte
em que os produtos lhes têm sido entregues.
Em termos de distribuição farmacêutica procurámos saber se
existiriam diferenças assinaláveis entre as áreas de Lisboa e
do Porto, mas, segundo os nossos colegas da Dilofar: “Não
existem diferenças, pois como grandes cidades que são, têm
exactamente com os mesmos problemas para quem efectua
distribuição... o principal tem a ver com o estacionamento para
quem necessita de efectuar entregas rápidas”. Q
Uma Plataforma de Cross-Docking é um espaço no qual se efectua a transferência de mercadorias de transportes de grande capacidade para viaturas que efectuam a chamada distribuição fina (por cada ponto de venda).
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Reunião do Grupode Reflexão da UdifarFoi no passado dia 26 de Outubro que se reuniu mais uma vez o Grupo de Reflexão da Udifar no Hotel Westin em Torres Vedras.
O primeiro objectivo era partilhar e incorporar as sugestões das Farmácias presen-
tes na definição da orientação estratégia futura, mais substancialmente as linhas
mestras para o orçamento 2010. Houve espaço e tempo para debater ideias de
futuro, linhas de actuação da Udifar2 no sentido de garantir a continuidade do serviço de
apoio as Farmácias, de continuar a inovar, sempre indo de encontro às suas necessidades e
desejos. A Udifar continua a ser um privilegiado espaço de partilha entre colegas.
Num segundo momento, aproveitou-se para apresentar as mais recentes propostas da
Udifar2: os novos produtos e serviços da Hopifarma, o portal anossafarmacia.pt e o Stocks
Online. Propostas que visam enriquecer a oferta das farmácias, promovendo desenvolven-
do e disponibiliza novos e cada vez melhores serviços.
Ficou claro que a Udifar2 é e continuará a ser um efectivo suporte na defesa da Farmácia.
Porém, para continuarmos a poder desempenhar esta missão contamos com a preferência
das Farmácias.
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Ergue-se no topo de uma colina, com Granada a seus pés e a frescura branca da Sierra Nevada ao longe. Mas é o seu brilho raro como um rúbi, que à séculos a torna numa jóia única… Alhambra, a “Vermelha”.
viagem
AlhambraA jóia vermelha de Granada
Diz-se que Granada, a bela urbe andaluz classificada
como Património da Humanidade desde 1984, com
posterior extensão em 1994 e que se encontra si-
tuada no sul de Espanha, é uma cidade que espalha beleza
e história entre duas colinas (Albaicín e Alhambra) e dois rios
(Darro e Genil), nos quais, já dizia Garcia Lorca, “só navegam
os suspiros”.
Lendas antigas atribuem a fundação de Granada a uma filha
de Noé, outras, dizem que a cidade deve o seu nome a Granata,
filha de Hércules. Lendas à parte, certo, é a ocupação deste
lugar desde o século VIII a.c. com origens que remontam
à tribo dos Túrdulos Ibérica, uma das mais civilizadas dos
primeiros habitantes da Península Ibérica. A tribo funda-
da sob a denominação Ihverir, irá ser mais tarde chamada
de Iliberis pelos Romanos tornando-se concelho. O popu-
lado ocuparia os actuais bairros de Alcazaba e Albaicín,
estendendo-se até à colina de Alhambra.
Durante o periodo visigótico a cidade fez parte do reino
de Toledo, não tendo sofrido grandes alterações em re-
lação ao legado romano.
A invasão muçulmana da Península Ibérica em 711 inicia-se
com a chegada de Tarik à costa de Tarifa. No final de 745,
um destacamento do exército muçulmano de Damasco que
tinha coloborado na invasão da Península Ibérica, dirigiu-se a
Córdoba com a intenção de reclamar os espólios prometidos
pela sua participação, mas chegou tarde e a divisão já tinha
terminado. O Califado como recompensa oferecem-lhes um
lugar afastado situado no sopé de uma serra. Os sírios não
tiveram outra opção senão aceitar, não imaginando o que iria
mudar ao longo dos séculos, por essa decisão tomada com
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Alhambra, Granada - Andaluzia - Espanha
37° 10’ N - 3° 36’ O
Área: 88,02 km²População: 278 143 hab. (INE 2008)Altitude: 738 metros
Onde dormir
Alhambra Palace **** - Diárias desde 83 €Plaza Arquitecto García de Paredes, 1, Centro, 18009 Granada
Hotel Granada Center **** - Diárias desde 50 €Avda. de la Fuentenueva, s/n, Centro, 18002 Granada
Hotel Saray **** - Diárias desde 50 €Paseo Enrique Tierno Galvan, 4, Zaidin, 18006 Granada
Tryp Albayzin **** - Diárias desde 42,50 €Carrera del Genil, 48, Centro, 18005 Granada
Sabores da regiãoAlém das famosas Tapas servidas em qualquer “bodega” ou restaurante é de salientar em especial, favas fritas com presunto, “pencas de acelga” recheadas, “cardos”, “remo-jón”, “pipirrana” e o indispensável gaspacho. Especialidade de renome em Granada é a Omeleta do Sacromonte, um prato pouco apto para paladares relutantes que se elabora, entre outros ingredientes, com miolos, testículos e ovos. O clima frio durante o Inverno propicia uma cozinha de pratos fortes em que o melhor exemplo é a tradi-cional Panela de Santo Antão, tão “pesada” que se come só durante um par de sema-nas por ano. No seu tempero poucas partes do porco se safam: orelha, rabo, toucinho, morcela, pezinhos... acompanhadas com favas secas, arroz e funcho. A Costa Tropical também garante bons peixes e mariscos nas mesas granadinas. De excepcional qua-lidade são os camarões pequenos, lagostins e camarões brancos de Motril.
Festividades:A Semana Santa de Granada está catalogada como de Interesse Turístico Nacional; no Dia da Cruz (3 de Maio) a cidade engalana-se com cruzes de flores nas principais praças; no Corpus, a capital vive a sua semana mais importante; o dia 2 de Janeiro lembra, a Tomada da cidade por parte dos Reis Católicos e o último domingo de Setembro Há a procissão d sua padroeira, a Virgem das Angustias.
Ir de Lisboa (715 Km) Partir de Lisboa pela Ponte Vasco da Gama ou pela Ponte 25 de Abril em direcção à A-2 e seguir para sul em direcção ao Algarve. A seguir às portagens de Paderne no Algarve, tomar a direcção de Espanha pela Via do Infante (A-22). Passando pela Ponte Internacional do Guadiana em Vila Real de Santo António, seguir para Sevilha pela E-1/A-49. Chegando a Sevilha, tomar a direcção de Granada pela A-92.
Ir do Porto (997 Km) Partir do Porto pela A1 em direcção ao sul e sair no nó de Santarém em direcção à A-13. Seguir na A-13 até ao nó da Marateca e entrar na A-2 e seguir para sul em direcção ao Algarve. A seguir às portagens de Paderne no Algarve, tomar a direcção de Espanha pela Via do Infante (A-22). Passando pela Ponte Internacional do Gua-diana em Vila Real de Santo António, seguir para Sevilha pela E-1/A-49. Chegando a Sevilha, tomar a direcção de Granada pela A-92.
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tão pouco entusiasmo. Iliberis foi tomada pelos muçulma-
nos, começando assim por ocupar a zona de Albaicín.
Zawi ben Ziri será o fundador da dinastia que criará um rei-
no independente em Granada em 1013, o Ziri, que reinará
até 1238, quando Muhammad Ibn Yusuf Ibn Nasr, também
conhecido como Ibn al-Ahmar, que fundará uma nova dinas-
tia, a Nazari, após conquistar Granada.
É nesse lugar mágico, espraiando-se sobre um planalto com
cerca de 14 hectares, que Ibn al-Ahmar irá dar início à cons-
trução do Alhambra, complexo de palácios e fortificações ou
Alcazar (al-Ksar), onde habitarão os monarcas islâmicos até
2 Janeiro de 1492, quando as tropas cristãs dos Reis Cató-
licos, Isabel e Fernando, conquistaram o Reino de Granada,
expulsando o Rei Boabdil, o último dos Nazarites, o qual fi-
cou muito triste por ter perdido o que chamava de “o Paraíso
Terrestre”. Diz a lenda que o monarca terá chorado perante
sua mãe, enquanto se afastava da sua querida Granada e que
esta lhe terá dito “chora como uma mulher, o que não sou-
beste defender como um homem”. No caminho até à costa
granadina existe um porto de montanha chamado “El Suspiro
del Moro” (O Suspiro do Mouro), onde se supõe que Boabdil
parou para admirar uma última vez o seu reino perdido, já que
deste ponto se pode observar toda a cidade.
Alhambra, que em árabe é “al-Hamra” (a Vermelha), deriva
de “Qal’at al-Hamra” (Fortaleza Vermelha), nome que lhe é
atribuido devida à cor avermelhada resultante da taipa e dos
tijolos feitos de argila que compunham as suas paredes. A ci-
dadela podia funcionar autónamente em relação a Granada,
já que possuia serviços próprios necessários à sua população
residente como palácios, mesquitas, escolas e oficinas, vindo
ao longo dos tempos ganhando o epíteto de Cidade Proibida.
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Acede-se a Alhambra pela Puerta de las Granadas, subindo
desde a Plaza Nueva. Avançando pelo caminho, chegamos
ao Palácio de Carlos V, estrutura representativa do Manei-
rismo de planta quadrangular, com a particularidade de ins-
crever no seu interior um pátio circular. Formado por dois
pisos, onde duas galerias de colunatas dão vista panorâmi-
ca para o pátio. A sua fachada é inteiramente de traçado
renascentista.
Continuando a jornada pelo o complexo, chegamos à es-
planada Plaza de los Algibes, que se encontra sobre uma
série de tanques. Virando à direita encontramos a Puerta
del Vino que serve de ligação entre a Alcáçova e a área
dos palácios.
A Alcáçova é formada pelo Jardin de los Adarves (onde exis-
te um balcão que nos oferece um belíssima vista), a Torre de
la Vela (uma torre de vigia que nos oferece vistas especta-
culares de Granada e Albayzín), a Torre de Menagem, a Torre
Quebrada e a Torre Adarguero.
Por trás da Puerta del Vino e deixando o Palácio de Carlos V
à direita, chegamos à zona dos palácios. Pode-se dividir esta
zona em três partes principais: o Mexuar, o Seralho e o Ha-
rém. Pode-se considerar o Mexuar como a área administrati-
va do complexo, já que era utilizada como sala de audiências
e justiça. É considerada a sala mais antiga e a que apresenta
uma decoração mais modesta. Tinha uma câmara elevada
fechada por persianas, onde se sentava o sultão a escutar
sem ser visto. Não tem janelas laterais, mas o tecto é aberto
na sua parte central. Ao fundo, existe uma pequena divisão
de onde se avista o Albayzín. Na parte superior possui um
friso escrito.
O Seralho, construído durante o reinado de Yusef I no sé-
culo XIV, contém o Pátio dos Arrayanes. Neste pátio pode
encontrar-se um dos temas ambientais de Alhambra, a
presença da água, não só actuando como tal, mas também
enquanto espelho de água. Em ambos os lados do tanque,
que ocupa grande parte do pátio, encontram-se plantadas
murtas. É precisamente neste tanque que se reflete a im-
ponente torre do Palácio de Comares. Num dos lados, existe
uma galeria a toda a sua largura, com alcovas de tertúlia nos
seus extremos. Da galeria entra-se na antecâmara chamada
de Sala de la Barca.
Chegando ao Palácio de Comares, mandado construir por Yu-
suf I, entramos no Salão de Comares ou Salão dos Embaixa-
dores. Esta sala é a mais ampla e elevada de todo o palácio,
com os seus 11 metros de lado e 18 de altura, contando com
muitos espaços abertos. Servia para celebrar as audiências
privadas do sultão com outras pessoas que sentavam-se nas
cavidades existentes nas paredes. Além disso, é aqui que se
encontra o trono do sultão. Apesar do pavimento original ser
de mármore, actualmente é de barro. No centro da sala pode
observar-se um quadrado com o nome de Alá escrito sobre
azulejos. É um lugar com um conteúdo poético muito rico,
onde podemos encontrar diferentes composições, louvores
a Deus e ao emir, e também alguns fragmentos do Corão.
Cada centímetro da parede está coberto por algum elemen-
to decorativo. Um dos aspectos mais atraentes do Salão
dos Embaixadores é o seu tecto, de forma cúbica. Nele
estão representados os sete céus da cultura muçulmana,
situados uns sobre os outros. O Corão diz que sobre eles
está o trono de Deus. Todo o tecto está cheio de estrelas,
num total de cento e cinco.
Voltando ao Pátio dos Arrayanes e atravessando um pas-
sadiço, entramos então na zona privada do Sultão, o Harém.
Decorado de uma forma elaborada contém os aposentos
das esposas e amantes dos monarcas árabes. Esta área
contém uma casa de banho com água corrente, quente e
fria, além de água pressurizada para chuveiros. As casas de
banho estavam expostas aos elementos naturais de forma
a permitir a entrada de luz e ar.
O Palácio dos Leões com o seu famoso pátio foi construí-
do em 1377 por Mohamed V, filho de Yusuf I e apresenta
uma planta quadrangular, sendo rodeado por uma esbelta
galeria com 124 colunas de mármore branco de Almería. Em
redor estão as alcovas, salas privadas do sultão e das suas
esposas, como por exemplo a Sala dos Abencerragens ou
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a Sala dos Reis, que se encontram privadas de janelas com
vistas para o exterior sendo compensadas com vistas para o
jardim interior de acordo com a ideia muçulmana do paraíso.
Outros pontos a destacar dentro do complexo são: Convento
de São Francisco, actual Parador de Turismo, foi casa nobre
andaluza depois da conquista foi doada aos franciscanos,
tornando-se no primeiro convento de Granada; Sequeiro ou
Alhambra Alta, área em escavações actualmente, deduz-se
que tenha sido um bairro do povo e de nobres; Torre dos
Sete Pavimentos, dos quais se encontra somente quatro. A
lenda diz que Boabdil abandonou o palácio partindo deste
local; Torre da Cativa, sumptuosa construção de Yusuf I e
que deve o seu nome a Isabel de Solís que esteve aqui ca-
tiva; Torre das Infantas, construída em 1445 é a torre em
melhor estado de conservação, apresentando-se como um
bom exemplo do que era uma vivenda andaluza com todas
as comodidades.
Outra Granada além do AlhambraMas o prazer de visitar Granada não se pode limitar ao es-
plendor de Alhambra.
A Catedral de la Encarnación de Granada é considerada uma
das obras cimeiras do Renascimento espanhol, tendo a sua
construção se prolongado por mais de 180 anos, conjugando
na sua estrutura elementos de vários estilos arquitectónicos.
A Catedral foi construída sobre a grande mesquita da cidade
árabe e a sua magnificência seria ainda maior se tivessem
sido erigidas as duas grandes torres de 81 metros previstas
nos planos iniciais. Problemas de alicerces e económicos
obrigaram a não construir a torre da direita e a esquerda
ficou sem terminar, elevando-se apenas 57 metros.
A Capela Real foi mandada construir em 1504 pelos Reis
Católicos para descanso dos seus restos mortais. Edifício
com exteriores do gótico tardio e no interior as primícias do
renascimento espanhol.
O mosteiro de Cartuxa iniciado no início do século XVI, onde
se destaca a beleza da sua igreja, uma desconcertante cons-
trução barroca que à primeira vista parece excessivamente
ornamentada, destacando-se as telas de Sánchez Cotán.
Da época árabe destacam o Bañuelo, o Palácio de Dar-al-
Horra, o Curral do Carvão, a Alcaicería, o Quarto Real de
Santo Domingo e a Madraza. Após a conquista de Granada
pelos Reis Católicos foram construídos o Hospital Real, a
Real Chancelaria, o Mosteiro de São Jerónimo, a Abadia do
Sacromonte, as igrejas de Santo Domingo, São João de Deus
e a Basílica da Virgem das Angústias.
Apesar da sua contínua expansão, o burgo conserva ainda
dimensões propícias para a visita a pé. De facto, para além
de visitar os monumentos, o visitante deverá passear pelos
bairros históricos da cidade: o Albaicín, declarado igualmente
Património da Humanidade pela Unesco, onde se contempla
uma inigualável panorâmica de Alhambra e toda a Vega; o
Sacromonte, com as suas famosas cavernas e zambras
(festa com baile) flamengas; o Realejo, antigo bairro judeu;
a Calderería, revitalizada graças aos salões de chá que ofe-
recem numa grande variedade de infusões com especiarias
e a Alcaicería o antigo mercado árabe.
Desde o Poniente até ao Altiplano, passando pelo Marque-
sado, a Costa Tropical, a Alpujarra e o Vale de Lecrín, todo o
distrito conta com incentivos para o turismo monumental e
cultural. Mas à outro ponto de grande chamariz e que recla-
ma igualmente a nossa atenção, a Serra Nevada.
Surpreende muitos visitantes que na Andaluzia, terra fa-
mosa pelas suas praias e abundância de sol, seja possível
esquiar. Não só é possível como a Sierra Nevada com o seu
pico Mulhacén, o mais alto da Península Ibérica que se ele-
va até aos 3.478 metros, é actualmente a melhor estação
invernal de Espanha. Mais de um milhão de pessoas todos
os anos a visitam certificando essa qualidade, que se viu re-
compensada em 1996 com a organização do Campeonato
do Mundo de Esqui. Actualmente Sierra Nevada é um dos
parque nacionais de Espanha.
Visitar Alhambra e Granada são uma experiência que esta-
remos sempre dispostos a repetir, mais não seja, pela magia
de mil e uma histórias de encantar. Q
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espaço www
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O site www.allmusic.com apresenta-se como a principal base de dados sobre musica, podendo-se conhecer um álbum especifico, a discografia completa, a videografia ou a bibliografia do nosso cantor ou banda preferida, contando para isso, com mais de 5,5 milhões de músicas digitalizadas. Os seus dados são usados igualmente, pelos programas Windows Media Player e Musicmatch Jukebox para identificarem e organizarem as suas bibliotecas musicais. Perten-centes ao mesmo grupo e com a mesma filosofia, temos a www.allmovie.com e a www.allgame.com.
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http://lifehacker.com
O Lifehacker é um weblog que pode ser de uma grande ajuda a qualquer momento, apresentando-se como uma espécie de canivete suiço, onde podemos encontrar todo o tipo de dicas úteis para o dia-a-dia, como por exemplo, usar um par de luvas de borracha para limpar os pelos do seu animal de estimação ou criar um sistema de video-vigilância a partir do seu computador.O Lifehacker serve igualmente de directório de software útil para Windows, Mac e Gizmodo.
Diárioda Gripe
O Professor Doutor João Vasconcelos Costa
concedeu-nos a honra de publicar alguns textos
do seu site http://jvcosta.planetaclix.pt onde
mantém desde o início da questão um Diário
da gripe e que tão bem apresenta como sendo
Informações certamente que não com certeza
divina mas com a honestidade científica de um
virologista experiente.
As Gripe: preocupação, mas sem alar-me (4.5.2009)As pessoas percebem quando estão a ser enganadas. Por isso, quando se vivem situ-ações de crise, é fundamental não ceder a exageros que podem gerar desconfiança e descrédito das autoridades. É preciso fa-cultar informação correcta e sensata, ser claro e honesto e reconhecer que a situação presente não justifica alarme mas justifica preocupação e atenção permanente.E seria bom que se calassem os opinadores e comentadores profissionais que se tomam
– e são tomados – como especialistas em tudo, mas que, sobre gripe e vírus não sa-bem mais que o comum homem da rua.
A gripe gera alguma confusão, mesmo entre médicos. Muitos casos de “gripe”, todos os invernos, são de infecções respiratórias ba-nais, “constipações”, que não têm nada a ver com gripe. Quem já teve uma gripe sabe re-conhecer a diferença na intensidade dos sin-tomas. Deste erro de diagnóstico não vem normalmente mal ao mundo mas, nesta si-tuação, os serviços de saúde podem ser en-
tupidos por pessoas alarmadas, com prejuízo à assistência aos casos reais de gripe. Não se pretende dissuadir de recorrer ao médico as pessoas que se sintam doentes, pois há o risco maior de se deixar por identificar casos de doença que a vão transmitir, mas espera-se bom senso e que não se corra à urgência ao primeiro espirro.
Para compreender a situação presente tem de se ter em conta, antes de mais, a variabi-lidade do vírus. É um vírus de RNA, variável como todos os vírus dessa classe. O material
genético de todos os organismos é o DNA, mas a maior parte dos vírus são “fósseis vi-vos” de épocas ancestrais, em que o material genético era RNA. Ora o RNA sofre mais mu-tações do que o DNA e o vírus está sempre a mudar.
Para começar, num processo a que se chama “deriva”, muda a sua estrutura antigénica, a que define os anticorpos protectores que produzimos ao sermos vacinados ou ter-mos tido uma infecção anterior. No vírus da gripe, são duas proteínas à sua superfície, a
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hemaglutinina e a neuraminidase, cada uma com subtipos, e daí a classificação do vírus de tipo A em H...N... Cada ano, por mutação, cada um desses antigénios sofre pequenas alterações, sem mudar de subtipo, mas que são suficientes para serem necessárias no-vas vacinas.
De dezenas em dezenas de anos, há uma mudança maior, em que o vírus muda de subtipo. Nessa altura, dão-se as grandes epidemias, pandemias quando afectam todo o globo. Podem afectar dezenas ou cente-nas de milhões de pessoas porque não há nenhuma imunidade prévia contra o vírus. Na história conhecida da gripe houve a espa-nhola, em 1918, de subtipo H1N1; a asiática, em 1957 (H2N2); e a Hong Kong, em 1968 (H3N2). Num animal infectado por dois ví-rus de origem diferente, podem produzir-se novos vírus com misturas das moléculas de RNA de cada um dos vírus originais. Isto chama-se “rearranjo genético” e ocorre, por exemplo, no rearranjo entre vírus aviário e humano, geralmente no porco. O que temos agora, portanto, não é um vírus suíno mas sim um verdadeiro vírus humano, embora contendo genes de origem suína. Diferente é o caso até agora da gripe aviária, H5N1, que infecta ocasionalmente o homem mas que, por não ter sofrido esse rearranjo, não se transmite de homem a homem.
Primeira conclusão: a única previsão segura que podemos fazer sobre a gripe é que ela é imprevisível.
Toda a gente apostaria que, com base no vírus aviário H5N1, apareceria uma pande-mia humana no Oriente. Afinal, aparece no México e H1N1.
Como se faz a transmissão? É exclusivamen-te respiratória, por tosse, espirro, gotículas de respiração. Daí, quando o número de ca-sos o justifica, usar máscara, evitar grandes concentrações de pessoas em ambientes fechados, encerrar escolas, confinar em casa os idosos mais vulneráveis. Isto, apenas quando o número de casos o justifica, como acontece no México, neste momento. Risco
de transmissão pela carne de porco – e dai o erro da designação de gripe suína – segura-mente que não há.
A preocupação deve-se à imprevisibilidade. E a única actuação possível e responsável é estudar hora a hora a evolução da pandemia iminente e tomar as medidas adequadas.
O que é imprevisível? A gravidade e mortali-dade da doença, por exemplo. O número de casos ainda é reduzido e é muito diferente quando se consideram números prováveis (centena e meia no México) ou números confirmados laboratorialmente (19, no mo-mento em que escrevo). Além do mais, casos anteriores, como o da espanhola, mostraram que a virulência e mortalidade podem alte-rar-se durante a pandemia.
Mas uma pandemia iminente, que fez a OMS declarar a fase 5, não significa grande risco de morte?
Não. A fase tem apenas significado epide-miológico, de disseminação geográfica da doença, não tem nada a ver com a sua gravi-dade individual.
Mas, sendo um H1N1 como a espanhola, não vai matar tanto como essa? Não obrigatoria-mente. Como disse, esses são só dois genes, mas há mais, dos quais quatro muito envolvi-dos na gravidade da doença. Ninguém sabe hoje como eles se vão comportar.
E, sendo um N1H1, como muitos dos tais vírus sazonais que ficaram em circulação até hoje depois de 1918, não haverá imunida-de? Não valerá a pena tomar a vacina anual? O facto de ser H1N1 e de muita gente ter anticorpos contra esse subtipo não signifi-ca, infelizmente, que haja imunidade neste caso concreto. Só a evolução da doença o vai elucidar.
O mesmo acontece com a sensibilidade que parece haver a medicamentos, com des-taque para o oseltamivir (Tamiflu). É uma esperança razoável, mas é óbvio que não se podem fazer agora os ensaios clínicos
rigorosos que demonstram a eficácia de um medicamento, em caso concreto. Esperemos que sim, mas há uma coisa muito importante em relação a isto: tal como acontece com os antibióticos nas infecções bacterianas, o uso indevido de medicamentos anti-infecciosos conduz facilmente a resistências. A corrida à prescrição por médicos menos informados não servirá como prevenção e pode ter con-sequências gerais muito graves.
A situação hoje é muito diferente da das pandemias anteriores. O diagnóstico e con-sequente isolamento de doentes é muito mais rápido e eficaz. Sabe-se muito mais sobre a biologia do vírus. A rede internacio-nal de saúde pública é muito mais eficaz. Potencialmente, há tratamento. A produção de uma vacina específica pode ser mais rápi-da, embora demore meses. Num fundo jus-tificável de grande preocupação, creio que estes factores ajudam bastante a alguma confiança.
Malefícios da net (15.8.2009)Continua a desinformação malévola, crimi-nosa, na net. Com todas as virtudes que não podemos dispensar, com a enorme capaci-dade de informação que nos propicia, a net tem a outra face da medalha, a da amplifica-ção com poder nunca visto da manipulação, do obscurantismo, de coisas objectivamente criminosas, uma versão moderna da aliena-ção orwelliana ou mesmo fascista. Mas isto parece mostrar que há uma tendência natu-ral para o pobre humano ser enganado. Se a net serve muito para isto, também é verdade que pessoas com um mínimo de espírito crí-tico e de preocupação com a verdade podiam encontrar hoje na própria net, por si próprias, a desmontagem de toda a desinformação. Propositadamente, tudo o que vou escrever nesta nota confirmei, por simples pesquisa no Google, que são informações facilmente encontráveis na net. As pessoas são é pre-guiçosas, dá menos trabalho carregar no bo-tão de forward, sem um mínimo de reflexão ou de questionamento.
Sobre a gripe, a última é um apelo à não vacinação, porque a vacina contra a gripe
pandémica de 2009 causa uma doença neurológica fatal! Tudo com base numa carta publicada por um execrável tabloide inglês, o Daily Mail (“Anyone that does me-dia studies or has taken a journalism course will have more than likely come across the saying “today’s newspaper is tomorrow’s chip paper”). A mensagem que por aí anda é um protótipo do nível do lixo internético:
“Uma carta confidencial do Governo britâni-co para médicos directores de departamen-tos de neurologia foi revelada ao jornal “The Mail: A vacina contra a Gripe Suína causa uma doença nervosa fatal. Levanta-se a questão: Porque é que o Governo não avi-sou o público uma vez que estão planeados milhões de vacinações - inclusivo a mulheres grávidas e crianças? Uma vez que este tipo notícia dificilmente chega ao universo português, façam o fa-vor de avisar as pessoas que vos são que-ridas para não tomarem a vacina contra a gripe suína.”
Qualquer meu aluno de Virologia sabe criti-car esta asneira. Para quem não se queira dar ao trabalho de ir ler o tal artigo do 24 horas lá do sítio, a questão é que, em 1976, hou-ve uma epidemia nos EUA, conhecida como New Jersey, de um vírus também H1N1, cuja vacina causou acidentalmente um número considerável de casos de uma doença re-lacionada com infecções virais, o sindroma de Guillain-Barré (SGB), um quadro clínico essencialmente caracterizado por paralisias diversas.
1. Ainda não há vacina para a gripe pandémi-ca de 2009. A comparação com casos ante-riores é especulativa. Cada epidemia é dife-rente (H1N1 é coisa muito larga, até há vírus sazonais deste tipo), cada vacina é diferente. Acidentes na Medicina sempre houve e são a excepção, nada que justifique suspeitar de que se repitam sistematicamente. Pelo contrário, servem para se aprender e estar atento a evitá-los no futuro.
2. Se a H1N1 de 1976 (New Jersey) tivesse relação com esta até era bom, estávamos
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imunizados. Repito, não se pode fazer com-parações, muito menos em relação a uma vacina que ainda nem existe.
3. O SGB não é uma situação clínica ligeira ou agradável, mas está muito longe de ser classificado como “doença nervosa fatal”, como diz o artigo. Na grande maioria dos casos cura-se em meses e a mortalidade é inferior a 4%, tendendo a diminuir com os tratamentos actuais.
4. O SGB ocorre depois de variadas infec-ções virais, principalmente a gripe e também depois de vacinação contra a gripe sazonal, sarampo, hepatite B, etc.
5. Em 1976 houve cerca de 500 casos de-vido à vacinação, nos EUA. Todos os anos há nos EUA 5000 a 10000 casos de SGB devi-dos a doenças virais e vacinação.
6. Se estimarmos que um quinto dos ameri-canos foi vacinado em 1976, a incidência de SGB foi de 10/100.000, comparada com a incidência habitual de 2-4/100.000/ano. Foi mais alta mas não enormemente mais.
7. O número de mortes foi de 25, donde uma taxa de mortalidade de 5%, semelhante à habitual.
8. É verdade que estas consequências da vacinação foram superiores às da própria gripe de 1976, mas isto não terá sido devi-do à vacinação, mesmo com as lamentáveis consequências que teve?
9. A gripe pandémica de 2009 vai com mais de 250.000 casos e mais de 3000 mortos com gripe confirmada laboratorialmente (de facto, provavelmente muitos mais). Vai haver certamente no outono/inverno uma segunda vaga muito maior.
10. Estudos rigorosos mostram que a vaci-nação de 70% da população causaria o fim rápido da pandemia.
11. Assim, apelos à recusa de vacinação são uma irresponsabilidade criminosa.
Repito o que disse logo de início: estamos perante mais um caso de desinformação maliciosa, que a net facilmente amplifica. Agora sou eu que apelo a que não sejam cúmplices.
O bastonário: imprudente ou mal avi-sado? (2.10.2009)O Dr. Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos, criticou, em conferência de imprensa, o “excesso de alarme e zelo” na resposta à gripe A H1N1. “Não passa de uma gripe, uma doença banal, pouco letal (…) isto é uma doença banalíssima e não é preciso andarmos todos assustados”. Quanto a não andarmos assustados, de acordo. Lembro o lema que adoptei desde o princípio desta gripe: “não há razão para alarme, há razão para preocupação infor-mada”. Tudo o resto dito pelo bastonário merece algumas observações.
Um bastonário não é qualquer pessoa, repre-senta toda uma profissão essencial em rela-ção a este assunto (embora com membros seus a dizerem muitos dislates) e vem legi-timar uma corrente de opinião muito forte que está a menorizar a pandemia de gripe. Já não se trata de pessoas com comportamen-tos primários, como se viu ao princípio, agora são frequentemente pessoas educadas. Até Vital Moreira, no seu blogue, veio hoje apoiar o bastonário, com a sua autoridade jurídica (ou política?).
O Dr. Pedro Nunes é oftalmologista, deve ser pouco versado em virologia ou infecciologia. Por isto, presumo que tenha pedido conse-lho a colegas especialistas, nos órgãos da Ordem. Se não o fez, foi imprudente. Se o fez, foi mal aconselhado.
Muitos clínicos, e parece-me ser este o caso, não compreendem a diferença de raciocínio para a saúde pública. Os clínicos lidam com doentes, com indivíduos, pensam em termos da gravidade do caso clínico. A saúde públi-ca lida com grandes números, também com impactos económicos e sociais. Neste caso, para os clínicos, a gripe é aquela mão cheia de doentes que vão ver, felizmente com
quadros clínicos geralmente benignos. Para um epidemiologista ou um decisor de saúde pública, esta gripe são dois ou três milhões de infectados. Para um virologista, esta gripe é jogo de escondidas com um vírus traiçoei-ro, que de repente (esperemos que não) se pode mostrar não tão amigável.
Custa-me ver que a maior figura da classe médica não saiba ver uma coisa elementar: as consequências globais - incluindo as so-ciais - de duas doenças (no caso, duas va-riantes da gripe, a pandémica e a sazonal) com a mesma gravidade clínica individual e a mesma taxa de mortalidade são comple-tamente diferentes, em grandes números, consoante o número de casos e a “taxa de disseminação” da doença. Numa gripe sa-zonal podemos ter à volta de 1000 mortes, na pandémica podemos ter 10.000. Isto é o mesmo para o bastonário?
Por outro lado, o Dr. Pedro Nunes afirma concordar com o nosso plano de vacinação, independentemente de já ser muito sig-nificativa a percentagem de médicos que, emocionalmente, declaram não quererem ser vacinados. Não percebo esta incongru-ência na posição do bastonário. Então uma doença banalíssima justifica o gasto enorme de 3 milhões de doses de vacina, na situação de constrangimento financeiro do SNS? E justifica que grávidas sem patologias espe-ciais - mas internacionalmente consideradas como grupo de risco - fiquem para trás, em prioridade, em relação a médicos? Que médi-cos, os que vão tratar, segundo o bastonário, uma doença banalíssima, provavelmente, a seu ver, quase uma constipação a tratar com cama e chá quente?
P. S. - Eu até acho que pode haver razões para se esperar uma grande vaga epidémica de inverno da A(H1N1)/2009 menos exten-sa e com menores efeitos do que se temia. Mas isto é coisa que me anima por razões estritamente científicas, não por argumen-tos destes à bastonário (e de muito mais gente). Como não quero misturar as coisas, escreverei sobre essas expectativas num dos próximos dias.
João Vasconcelos Costa
Natural de Ponta Delgada em 1944.Doutor e agregado em Medicina (Microbiologia).Médico naval em Angola (1970-72), com experiência em medicina tropical. Postdoc no Institut Suisse de Recher-ches Expérimentales sur le Cancer, Lausanne. Ex-investigador sénior e director do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto Gulbenkian de Ciência. Fez parte da primeira geração portuguesa de biólogos moleculares e introduziu em Portugal a virologia molecular. De 1996 a 2002, professor catedráti-co convidado do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT).De 1997 a 2000, director do IHMT.Semi-reformado mas não inactivo, é professor catedrático convidado da Universidade Lusófona. Empenhado no projecto de criação de um novo curso de medicina, inovador, é agora director da recém-criada (2009) Faculdade de Ciências Médicas.Ex-consultor do Governo Regional dos Açores para a ciência e tecnolo-gia e ex-consultor da Universidade da Madeira. Grande oficial da Ordem do Mérito.
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SONY WE5Juntar o útil ao agradávelSabia que em 2012 o sinal analógico irá ser desligado e chegará a Era da Televisão Digital Terrestre (TDT)? Em vez de com-
prar um descodificador externo e, caso esteja a pensar mudar de televisão, apresentamos-lhe a SONY WE5. Este modelo
da gama Bravia, vem equipado com um descodificador interno de TDT mas, o excelibris deste bonito LCD ( disponivel de 32
a 52 polegadas) é a sua componente ecológia. É aliás, apontado pela marca alemã, como o “LCD mais ecológico do mundo”
devido a um vasto leque de caracteristicas influenciadores no consumo de energia..
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NovoToshiba NB200
Finalmente os engenheiros da marca japonesa lançaram o sucessor do NB100. Este netbook de segun-
da geração foi aperfeiçoado, à vista dos utilizadores do seu antecessor. O monitor foi ligeiramente am-
pliado mas, a grande novidade está no teclado. Existem dois formatos, um normal e outro tipo chiclete,
nos quais se escreve rápido e confortavelmente. Estes melhoramentos aliados à qualidade reconhecida,
fazem deste Toshiba um competidor peso nesta gama dos computadores portáteis.
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Lumix FX550Sofisticada e Fácil de usar
Muitos críticos atreveram-se a chamar-lhe perfeita e, a verdade é que a FX550 é digna de aplau-
sos. Robusta e elegante por fora, funcionalidade de menus e ecrã táctil são alguns dos fortes
atributos este modelo da Panasonic.
De entre as muitas características, é importante realçar os 12 Mega Pixels, um zoom óptico de
5x e um modo capaz de captar 10 fotografias por segundo, ideal para desportos.
E como normalmente o melhor fica para o fim, concluímos que a FX 550 elevou o reco-
nhecimento a um nível diferente, isto é, esta pequena relíquia possui um sistema
de reconhecimento facial muito avançado que permite reconhecer rostos e
dar-lhes especial prioridade em fotos de grupo.
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call center
Com a aposta em modernas tecnologias, e no reforço e valorização
dos recursos humanos, os 2 Contact Centers (União e Codifar) têm
cumprido aquilo que se espera de um canal de comunicação funda-
mental para a organização, procurando encontrar formas alternativas da
Farmácia nos contactar mais rapidamente, encontrando respostas mais
eficientes.
A nova central Udifar2 permitiu-nos apurar que em MAIO foram atendidas
63.164 chamadas nos 2 Centros, em JUNHO 67.140, em JULHO 88.584,
em AGOSTO 65.917.
Os ratios de chamadas atendidas têm sido crescentes, permitindo que a
UDIFAR2 seja mais eficaz e as Farmácias mais rapidamente atendidas. O
tempo médio de espera tem sido diminuído, sendo calculado entre os 21 e
os 25 segundos para as dezenas de milhares de contactos indicados.
Acompanhando a aposta nos Stocks Online que pretende disponibilizar a
consulta rápida e sem intermediários de informações vitais para a Farmácia
, os Contact Centers podem também ser contactados via e-mail, através
dos quais a Farmácia consegue de forma imediata efectuar pedidos, verifi-
car disponibilidade dos artigos, encaminhar questões ou situações e ter o
feedback de um colaborador em tempo útil ([email protected])
Pretendemos e apostamos em garantir soluções alternativas aos nossos
clientes, formação adequada de todos os colaboradores dos Contact Cen-
ters da Udifar 2 e a certeza de levar à Farmácia ferramentas essenciais que
acrescentem valor ao seu negócio.
ContactCentersUDIFAR
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Totalmente dedicados à Farmácia, os Contact Centers da Udifar2 pretendem marcar a diferença pela superação de expectativas do cliente e acompanhar a optimização de processos que tem norteado um novo espírito organizacional
UNIÃO Chamadas
Maio 31850
Junho 33558
Julho 45017
Agosto 32482
Setembro 35801
Outubro 38498
CODIFAR Chamadas
Maio 31314
Junho 33852
Julho 43567
Agosto 33435
Setembro 37682
Outubro 41632
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A morte não é nada. Eu só passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.O que eu era para vocês, continuarei a sê-lo.
Dêem-me o nome que sempre me deram,falem comigo como sempre fizeram.
Vocês continuam no mundo das criaturas, eu já vivo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.Rezem por mim.
Que o meu nome seja pronunciadocomo sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo.Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que sempre significou, o fio não foi cortado.
Porque estaria eu fora dos vossos pensamentos, agora que estou apenas fora da vossa vista?
Eu não estou longe, só estou do outro lado do Caminho.
Tu que aí ficaste, segue em frente,a vida continua, linda e belacomo sempre foi.
Santo Agostinho
marco ideias
Marco António Ideias, nasceu a 18 de Julho de 2009,
casado, gostava de espalhar felicidade à sua volta,
era um bom amigo de muitos, simples e bem-educa-
do. As suas qualidades excediam o comum, pelo que
esta tentativa de o descrever peca por ser incompleta.
O Marco era invulgarmente bom.
Gostava de ajudar e de brincar, de trabalhar e de viver.
Morreu na madrugada do dia 17 de Julho de 2009 ao
serviço da Udifar.
Obrigado, Marco.
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O século XX foi um período de profundas mudanças
na vivência do ser humano, sendo que ao nível dos
cuidados sanitários as alterações propiciadas pelo
rápido desenvolvimento das ciências de saúde, particular-
mente médicas e farmacêuticas, substanciou uma alte-
ração de prioridades. De facto, assistiu-se a uma redução
significativa das doenças infecciosas, em especial com o
advento e desenvolvimento espectacular da antibioterapia
e das técnicas cirúrgicas, e a um incremento considerável
das doenças de carácter crónico e degenerativo, em grande
medida resultantes da melhoria das condições de salubrida-
de e do consequente aumento da esperança de vida. Esta
situação pressupôe, desde logo, uma maior participação e
envolvimento do doente na gestão da sua própria saúde,
dai resultando que não só os aspectos físicos, como igual-
mente os factores psíquicos e sociais, influem decisivamen-
te na evolução da situação de enfermidade. Note-se que a
própria definição da Organização Mundial de Saúde evoluiu
neste sentido sendo hoje “...não só a ausência de doença
como igualmente um estado de bem estar ao nível físico,
social e psíquico”.
Uma das tarefas mais importantes da prestação de cuida-
A comunicaçãoem Saúde
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em primeira mão
por A. Hipólito de Aguiar - Farmacêutico; Docente Universitário
dos de saúde é a promoção da segurança e do conforto
daqueles que sofrem por causa da doença, pelo que é ne-
cessário fornecer ao doente explicações e a melhor forma
de lidar com esta situação.
Cabe indubitavelmente ao médico o diagnóstico e institui-
ção de uma terapêutica, face às necessidades percepcio-
nadas relativamente ao doente, sendo que é fundamental
que este não só compreenda a razão de ser do tratamento
como, igualmente, esteja motivado para o cumprir.
Cumpre igualmente ao médico percepcionar a vivência fa-
miliar do doente e a forma como estes encaram a doença
do seu ente, procurando que colaborem activamente na
resolução da doença, essencialmente por via do apoio psi-
cológico dado.
Relembremo-nos que quando uma pessoa adoece, as suas
preocupações e ansiedades alteram-se substancialmente,
tendo este aspecto reflexo nas actividades quotidianas,
nomeadamente no seu trabalho e vida familiar.
Aquando da entrevista entre médico e doente, geralmen-
te por iniciativa deste último, é fundamental que o clinico
consiga percepcionar qual o verdadeiro problema do doen-
te, não sendo no entanto invulgar que a personalidade e o
estado psíquico do doente possam deturpar, ou influenciar
por vezes, o diagnóstico. Frequentemente, aliás, os doentes
não saem totalmente satisfeitos com o seu médico já que
este não deu “abertura” às ideias preconcebidas que estes
levaram para a consulta. Em muitas situações o doente
socorre-se pois da equipe técnica da Farmácia para solicitar,
aquilo que em muitas situações, o preocupa e sobre o qual
tem dúvidas ou necessidades por satisfazer.
Não parece ser por isso estranho que muitas das patologias
da sociedade actual evidenciam uma componente psicoso-
mática intensa tal a prevalência de perturbações psíquicas
que as pessoas revelam na sua visita à farmácia.
Dai que o comportamento do Farmacêutico e seus colabo-
radores tenha de ser de profundo pragamatismo quanto
ao desempenho da sua função. Na realidade, cabe a estes
profissionais contribuir para a adesão à terapêutica, institui-
da pelo clínico, pelo que é fundamental, no exercício da sua
actividade laboral, ter um adequado comportamento comu-
nicacional no tocante às relações com outros profissionais
de saúde, em especial o médico.
Cabe assim ao Farmacêutico uma função de ineguável
importância, dada a sua posição priveligiada no contexto
do circuito do doente no sistema de saúde, ao constituir o
último contacto do doente antes de este iniciar uma tera-
pêutica, que em larga maioria, é efectuada com recurso a
medicamentos.
A proximidade de relação com o doente, já que em muitas
circunstâncias este frequenta assiduamente a mesma far-
mácia, pode propiciar uma importante ajuda ao médico e
outros profissionais envolvidos na recuperação do doente,
no sentido de serem dados contributos significativos quan-
to à inserção social e cultural do paciente.Estes aspectos,
que condicionam largamente a própria evolução da doen-
ça, e que em muitas circunstâncias não são assimiladas de
imediato pelo médico, pelos condicionalismos existentes ao
nível essencialmente do tempo disponível e proximidade
física relativamente ao doente, podem ser uma preciosa
ajuda na “edificação” de um perfil clínico, fundamental ao
êxito da intervenção médica.
Actualmente, são muitas as possibilidades de estabelecer
uma comunicação mais empreendedora com os profis-
sionais de saúde, até pela existência de maior número de
instrumentos comunicacionais, pelo que se torna relevante
concretizar uma maior aproximação à classe maioritaria-
mente envolvida ao nível do ambulatório; a dos médicos. Q
Excerto do livro “A farmácia e a comunicação”
em primeiramão…
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Um sujeito entra na minha
Farmácia e apresenta-me
uma prescrição norma-
líssima de um antibiótico. Tudo
comum até ao momento em que
o informo do valor a pagar, nessa
altura dispara: - Doutora, qualquer
dia passo a ir a outra farmácia!
Pergunto-lhe qual o motivo da sua
intenção, ao que me responde com:
- Sabe, sou seu cliente há já vários
anos e nunca foi capaz de me fazer
um desconto. Uma só palavra bas-
tou para que sentisse o terra a tre-
mer bem por debaixo da alma que
sustentava os meus dois pés... Dou
graças a Deus por me ter ilumina-
do naquele momento a fim de ter
palavras adequadas e ideias claras
para responder... passo a citar: “É
verdade, nunca lhe fiz um descon-
to. Mas lembro-me de o atender
com um sorriso em dias que tinha
vontade de chorar. Também me re-
cordo de ter ajudado a sua mãe nos
cuidados que lhe queria prestar; de
meses antes de lhe nascer a sua
filha, ter feito questão de lhe ofe-
recer um brinquedo... não é o seu
valor, mas o significado que tem, já
o havia feito à sua mãe. Se precisa
de um desconto, diga-me. Sou ca-
paz de o ajudar mais do que possi-
velmente julga... mas não me pare-
ce que lhe mereça um argumento
tão pouco próprio de alguém como
você.” Perdeu-se em desculpas e
sorrisos de todas as cores... ainda
buscou com o olhar algo mais para
comprar, mas bastou-me re-pedir-
lhe o valor do antibiótico para que
percebesse que o seu embaraço
havia sido já o suficiente.
Refugiei-me atrás da minha se-
cretária e dei por mim a fazer as
contas de uma eventual venda
da farmácia... durante algum tem-
po tomei por sinal de um futuro
próximo aquela palavra... mais um
tempo, e percebi que não estaria
bem em qualquer lado sabendo
que seria então uma “farmacêuti-
ca sem farmácia”, não seria a pri-
meira, mas, na verdade, não sei ser
senão farmacêutica, sendo-o da
forma mais livre que possam ima-
ginar, não tendo que responder a
ninguém pelas minhas decisões,
boas ou más! Sou feliz assim.
Há já algum tempo que a preocu-
pação geral de muitas farmácias
deixou de ser a Saúde pública para
a ser a sua saúde financeira. Creio
que o panorama tende a piorar.
O problema agravar-se-á quando
alguns pistoleiros começarem a
fazer peso, sombra e mossa aos
vizinhos...
Algum tempo depois, dei por mim
a pensar se, sem ceder a vanguar-
dismos não seria boa altura para
repensar a minha “política” de
governo da farmácia... Afinal, tam-
bém não me quero transformar em
alguém que não quer ver... Para já,
preciso de tempo.. Q
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